sexta-feira, 30 de julho de 2010

Inferno

I

O Inferno seria o HADES,
Sim, a habitação dos mortos;
Que são todos os confrades,
Sejam direitos ou tortos.


Não há lá conhecimento,
Nesse lugar tão profundo,
Nem sequer qualquer portento,
Semelhante a este mundo.


Os Padres incendiaram
O inferno com labaredas
E os seus «escravos» ficaram
Nessas palavras azedas.

Confundem inferno e fogo
E a mesma coisa não é;
E tal como um demagogo
Tentam enganar o Zé.


E gostam de atormentar
Esses leigos ignorantes,
P'ra depois os explorar
Tanto agora como dantes.


Inventaram o Purgatório,
Mais lógico parecia,
Esse «clero» é mui finório:
Enganava noite e dia.


Rezam missas e mais missas
E com muito ouro embolsado,
Apesar das injustiças
Que o clero tem praticado.

II

Satanás no céu se viu
Em guerra contra o Eterno.
P'ra onde é que ele caíu?!
P'ra terra e não p'r'ó inferno!

O inferno está na terra
Feito pelo nosso «clero»:
Uma realidade que encerra
Todo o coração sincero.

O val' de lágrimas é,
P''r'os «Padres» o Paraíso,
Quando se tem muita fé,
Com muito pouco juízo.

Fátima e peregrinar
É tudo muito infernal.
Vamos nós lá perguntar,
Se isso é bem ou se é mal.

Aquela linda Senhora
Os pastore não salvou;
Mas com sua voz sedutora
E sacrifício os matou.

Assim é a nossa terra
De malícias e enganos
Assim ela não prospera
Dos seus costumes insanos.

Isto é que é um «inferno»
Feito pela religião
Neste mundo tão moderno
E com medo do «PAPÃO»

O «PADRE» diz muita missa,
Com infinito valor!
Para quê tanta cobiça
Em vez de haver amor !


III

Se o valor é infinito
Basta apenas haver uma,
Pelo «pobre» e pelo «rico»
E também pelo que fuma!

Como o inferno é «eterno»
Criaram o «purgatório»,
Com este mundo moderno
Cheio de muito velório.

Purgatório, uma mina,
E que engorda os «abades»,
Mas o «povo» não atina,
Nem tão pouco os seus confrades.

Purgatório, Purgatório,
És uma grande ilusão,
Inventado p'lo finório:
Da boca te tira o pão.

Purgatório, Purgatório,
Um alimento do clero,
Inspiração do cibório,
Que lhe dá poder austero.

Inferno mais Purgatório
São duas minas douradas.
Pois o resto é irrisório
P'rá mente das «padralhadas».

O limbo também criaram,
Para a pobre criancinha.
Doutrinas que triunfaram
Em toda a mente mesquinha.

Assim nasceu uma crença,
Que não devia existir.
Mas o perdão da ofensa,
Acabou por sucumbir.